quinta-feira, fevereiro 06, 2003

Café: Estimulante natural ou droga (Sério Puppin)
A Cafeína
Muito se tem discutido a respeito do café, se é bom para a saúde ou se deve ser banido definitivamente, como fizeram certas pessoas ou religiões. Para a maioria dos indivíduos, duas a três xícaras por dia são muito saudáveis, servindo como estimulante, melhorando a cognição, isto é, a memória. Por outro lado, a retirada dele abruptamente pode desencadear dores de cabeça e muitos outros sintomas. É que tais pessoas se tornam dependentes químicos da principal substância presente nele - a cafeína. Esta é também encontrada no chá preto, em alguns refrigerantes (refrigerantes tipo cola), no chocolate, e em vários produtos farmacêuticos analgésicos e, mais
modernamente, nas bebidas energéticas. Leia com atenção os rótulos desses produtos. Como droga, a cafeína estimula a secreção gástrica e por isso aumenta o apetite. Ao mesmo tempo, aumenta os movimentos das contrações intestinais, causando má absorção dos nutrientes - especialmente cálcio, magnésio e ferro - e bloqueia a produção de prostaglandinas. Além da cafeína, o café contém gordura, mesmo quando descafeinado. Por essa razão, age no sistema digestivo, estimulando a produção de ácido gástrico e provocando gastrites, úlceras, irritação no intestino, como, por exemplo, cólon espástico. Tais sintomas se agravam quando são adicionados alguns adoçantes artificiais. No que se refere ao sistema cardiovascular, dependendo da quantidade, ele pode desencadear aumento da freqüência cardíaca (taquicardia), palpitações (extra-sístoles) e aumento da pressão arterial (hipertensão). O café do tipo expresso ou instantâneo contém um grupo de substâncias chamadas terpenos, sendo que a mais importante deles é o cafestol. Em média, cada xícara contém quatro miligramas dessa substância. O cafestol compete com uma enzima no fígado (delta-6-desaturase), fazendo aumentar o colesterol. Um simples coador de pano ou filtro de papel retém essas substâncias indesejáveis. Em estudos mais recentes, verificou-se que o excesso de café está relacionado com o aumento de homocisteína, que, por sua vez, pode desencadear inúmeras outras doenças. Outro efeito indesejável está relacionado ao sistema endócrino, já que uma simples xícara estimula a liberação da insulina, dificultando o controle da glicose, não somente nos indivíduos diabéticos, como naqueles que apresentam resistência à insulina. A tolerância à cafeína é muito individual, variando de pessoa a pessoa. Alguns tomam café para dormir, enquanto outros, se beberem uma simples xícara às 16h, terão insônia à noite. Se você é um dependente de café e quer deixar de sê-lo, é prudente diminuir paulatinamente a quantidade, não o retirando abruptamente. Muitas vezes, são necessários vários dias para abandonar o vício. Gradualmente, substitua o cafeinado pelo descafeinado. Corte mais ou menos pela metade a quantidade de xícaras por dia. Se você toma seis, diminua para quatro, posteriormente para três, em seguida para duas, finalmente uma ou nada. Se, por acaso, começar a sentir dores de cabeça, diminua mais lentamente: você conseguirá, é uma questão de tempo.

nota: quem quer parar de tomar café, boa pessoa não é.
e obrigada, dani, pelo texto. obrigada black flag por todo o resto. amém.

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