sexta-feira, março 14, 2003

demorei, mas tá aqui:

CARTA ABERTA DO CENTRO DE MÍDIA INDEPENDENTE DE SÃO PAULO AO GOVERNO FEDERAL

São Paulo, 13 de março de 2003

Ao Presidente da República Luis Inácio Lula da Silva
Ao Ministério das Telecomunicações
À ANATEL
À Polícia Federal
À Sociedade Brasileira

Em protesto contra o fechamento sistemático de rádios livres e comunitárias pelo novo governo federal, o Centro de Mídia Independente de São Paulo anuncia publicamente que vai veicular a rádio livre Pega Eu, na frequência 95,5 FM, direto da Avenida Paulista, número 37 durante todo o dia 15 de março de 2003, num ato de desobediência civil.
Esta desobediência civil é motivada pela ultrajante política de comunicação do novo governo que deu continuidade ao fechamento sistemático de rádios do governo FHC. Não apenas a política do governo anterior foi mantida, como a própria Polícia Federal, sob nova administração, criou uma divisão específica para fechar as rádios: o CRAC, Grupo de Combate Às Rádios Clandestinas. Ela é motivada também pelo descaso com a questão da democratização dos meios de comunicação mostrado pelo governo que abriu mão das vagas do PT na comissão de comunicação da câmera dos deputados e permitiu que representantes dos monopólios continuassem dominando o Conselho da ANATEL. Assim, nos dois primeiros meses de governo, assistimos rádios pequenas e democráticas, vinculadas às suas comunidades locais serem fechadas às dezenas enquanto grandes concessões continuam sendo dadas aos empresários.
O Centro de Mídia Independente de São Paulo anuncia que vai veicular uma rádio FM livre, a rádio Pega Eu, diretamente do centro econômico e financeiro do país, em desafio à política torpe e monopolista do governo que vem mantendo a concentração dos meios de comunicação nas mãos de empresários conservadores e autoritários que os utilizam para criar um pensamento único em defesa dos ricos e dos poderosos.
Desafiamos o governo federal a fechar a rádio Pega Eu em plena avenida Paulista. Desafiamos a ANATEL e a Polícia Federal a praticar, às claras, a brutalidade e a arbitrariedade que acontece, sem alarde, quando rádios comunitárias em bairros pobres são fechadas com violência, com a presença de policiais armados, com a destruição e apreensão de equipamentos e ameaças à integridade física dos radialistas. Desafiamos o novo governo federal a tratar a questão da comunicação de outra forma que a abordagem policial. Conclamamos também a comunidade ativista de São Paulo a prestar seu apoio à rádio durante todo o dia e a manifestar seu repúdio à
monopolista e centralizadora política de comunicação do governo.
Em desobediência,

Centro de Mídia Independente
Coletivo São Paulo
www.midiaindependente.org

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