sábado, abril 26, 2003
conversando com a rafa, comecei a pensar que meu desleixo já tirou muita gente da minha vida. outro dia também tinha comentado isso com o cássio, mas hoje tô sentindo isso mais forte. por mais que eu diga - e eu digo, às vezes até demais - que amo as pessoas, duvido que alguém saiba realmente como as coisas se processam aqui dentro. que se foda, também, não quero que me entendam tão completamente que eu vire uma coisa assim, sem graça. desculpa, MAIS sem graça. voltando, eu não sei pegar o telefone e ligar pras pessoas, por exemplo. além daquela já conhecida nóia de "invadir a vida dos outros", de ser chata e incoveniente (baixíssima auto-estima, no chinelo), eu tenho um medo estranho - e foda-se, eu também nunca o entendi. e tem mais, quando eu começo, me apego com muita facilidade e vicio muito rápido na presença das pessoas perto de mim. isso é uma merde, um inferno. aí fico escrevendo cartas quase todos os dias, bipando (essa é velha), mandando e-mails, fazendo desenhinhos... mas sou incapaz de sair de casa e andar até a casa do scott lavolta. não ligo pro tagori pra ver se ele quer ir no cinema. não vou até santos ver a lu e minha afilhadinha. não saio do casulo e claro que isso deve parecer uma coisa comodista filha-da-puta, um estrelismo do caralho, tipo "amigos? que me procurem." não, não é isso e nunca foi. eu sou péssima pra um monte de coisas, irresponsável, também, mas isso esconde um puta medo de rejeição que eu nunca vi maior. é, olha que descoberta magnífica: se eu me mostro muito durona, pode ter certeza de que está me atingindo em cheio. eu não quero admitir pros outros minha vulnerabilidade. não posso deixar que saibam quando me têm na mão. e, convenhamos, é muito fácil me ter nessa posição. eu sou uma ridícula fdp carente e chorona. todo mundo sabe!!! mas que merde ficar repetindo isso aqui.
que se foda todo mundo.
que se foda todo mundo.