quarta-feira, maio 21, 2003

eu simplesmente odeio a idéia que as pessoas têm de que essa doença dos infernos é cuzinho doce, coisa de filho da puta que não tem mais com o que se preocupar na vida. eu não acho graça nenhuma em depender de remedinhos pra poder levantar e ter uma dia comum e normal como todo mundo faz sem precisar de nada. eu não vejo graça nenhuma em ter que ficar avaliando cada sensaçãozinha ao longo do meu dia pra depois descrever pra um médico fdp se os medicamentos fazem ou não efeito direito. eu odeio quem, por total falta de empatia, considera fraqueza essa inabilidade em dar um passo além. não compreendo, confesso, não entendo como alguém possa pensar que pode ser divertido se sentir com uma faca no peito o dia todo, sem um motivo, sem que sua família inteira tenha sido estuprada, seu cachorro morrido, você tenha perdido todos os seus amigos num incêndio. não é engraçado, não é simples, não é fácil. assusta, muito, e muito mais a mim mesma.

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